Mudanças climáticas: Agroecologia para frear a crise Entre as populações mais vulneráveis à mudança climática estão os agricultores familiares e de pequena escala do sul global. Entretanto, muitos desses camponeses mostraram maior capacidade de adaptação graças à implementação de práticas sustentáveis, tanto aquelas que herdaram de seus antepassados quanto aquelas que foram sistematizando em diálogo com outras famílias, técnicos e cientistas que trabalham com o enfoque agroecológico.
Políticas agroecológicas “desde abaixo” Graças à pressão de movimentos e organizações que se articulam em torno da agroecologia e da soberania alimentar, alguns países da América Latina avançaram na construção de marcos jurídicos e políticos rumo à transição a sistemas agroalimentares alternativos. Além disso, as crises econômicas, ambientais e políticas forçaram os Estados a buscar formas sustentáveis de produção de alimentos e de desenvolvimento rural. No entanto, muitas leis e instituições permanecem no papel ou não alcançam mudanças estruturais, sendo facilmente desmontadas a depender do governo. por Julia Dolce
Sistemas participativos de garantia: Mais que um selo de certificação Os processos de certificação orgânica convencional de alimentos funcionam como formas de controle e padronização que nem sempre favorecem a agricultura de pequena escala. A agroecologia propõe a descentralização desses processos, sob a lógica de que o próprio grupo de agricultores, agricultoras e as redes aliadas de consumidores são os mais indicados para garantir a origem agroecológica dos alimentos.
Comercialização e distribuição agroecológica: do campo à mesa Um dos maiores desafios da agroecologia é a dificuldade técnica e material para que os alimentos produzidos no campo cheguem a outros consumidores. Para resolver essa situação, foram criadas redes alternativas de distribuição, circuitos solidários, mercados, feiras e outras soluções como as comunidades que sustentam a agricultura.
Água : O veneno que corre nas veias do Brasil Os agrotóxicos atingem águas superficiais e subterrâneas. São transportados por longas distâncias, contaminando cursos hídricos e chuvas. Estudos científicos e análises estatais já encontraram dezenas de agrotóxicos nas águas do Brasil, mas a legislação brasileira permite níveis muito elevados de contaminação. por Aline Gurgel
Resíduos - Acompanhamento tóxico O uso de agrotóxicos gera resíduos nos alimentos aos quais muitas pessoas estão expostas – especialmente no Sul Global. Mas, através da importação, os alimentos contaminados também podem acabar nos pratos europeus. por Silke Bollmohr e Susan Haffmans
Bons exemplos - Iniciativas nacionais contra os agrotóxicos As mobilizações contrárias ao consumo de agrotóxicos têm crescido no Brasil. Movimentos sociais, organizações, cientistas e políticos estão se organizando para denunciar os riscos desses produtos e viabilizar a ampliação de um modelo mais sustentável e saudável de produção agrícola. por Nanci Pittelkow
Regulação - O controle de agrotóxicos no Brasil A política brasileira para agrotóxicos é historicamente voltada para o incentivo de seu uso. O marco regulatório federal dessas substâncias entrou em vigor apenas em 1989, e enquanto ambientalistas tentam aprovar políticas públicas voltadas à redução do consumo nacional desses produtos, setores do agronegócio tentam flexibilizar a regulação vigente. por Julia Dolce
Propaganda - Disputa pela opinião pública Diante da crescente conscientização em relação aos riscos dos agrotóxicos, as multinacionais do ramo têm investido cada vez mais em melhorar sua imagem. As estratégias de propaganda empregadas nos últimos anos são diversas e envolvem o financiamento de produtos culturais, como novelas, enredos de escolas de samba e músicas. por Alan Tygel
Pulverização aérea - Uma chuva que intoxica Agrotóxicos raramente permanecem no lugar onde foram aplicados. Fatores ambientais como o vento e a temperatura provocam o transporte de gotas desses químicos. Com a pulverização aérea, muito comum no Brasil, essa deriva vai ainda mais longe, alcançando povoamentos, plantações e áreas de proteção ambiental por Lucineia Miranda de Freitas