Da Transição energética à Transição ecológica O relatório conclui que os países e comunidades que menos contribuíram historicamente para o aumento das emissões de gases do efeito estufa são negativamente afetadas de forma desproporcional pelo aumento das temperaturas. pdf
Vida digna no campo Propriedades rurais prósperas, organizações comunitárias sólidas, cooperativas sustentáveis, programas de alimentação saudável e formação técnica e política. A agroecologia é um sopro de esperança para as famílias camponesas, indígenas e afrodescendentes, pois permite preservar sua cultura e entrelaçá-la com outras, para demonstrar que a dignidade camponesa não é apenas possível, mas também urgente para responder à atual crise alimentar e socioambiental.
Direito humano e gestão comum A água é um bem comum esgotável, e o acesso a ela é cada vez mais desigual. Esse direito essencial deve ir além da concepção da água como um serviço individual mercantilizado. Para garantir esse direito, os Estados devem reconhecer os saberes acumulados e as capacidades adquiridas das comunidades para a gestão coletiva, seja para o consumo direto ou para a produção de alimentos.
Sementes, patrimônio dos povos Guardiãs e redes de semente sustentam a luta pela soberania alimentar e pela agrobiodiversidade. Resistem às ações de indústrias e governos que promovem o uso de sementes transgênicas ou se apropriam de materiais genéticos que fazem parte da interação histórica entre os povos da América Latina e as plantas que os nutriram e curaram durante séculos.
A agroecologia como pilar do direito à alimentação Os habitantes das áreas rurais, onde é produzida a maior parte dos alimentos consumidos no mundo, encontram-se, muitas vezes, em situação de insegurança alimentar. A fome e a má nutrição na América Latina, provocadas não pela carência de alimentos, mas pela ausência de direitos, refletem a falta de garantias para a alimentação adequada e saudável de pessoas, famílias e comunidades.
Mudanças climáticas: Agroecologia para frear a crise Entre as populações mais vulneráveis à mudança climática estão os agricultores familiares e de pequena escala do sul global. Entretanto, muitos desses camponeses mostraram maior capacidade de adaptação graças à implementação de práticas sustentáveis, tanto aquelas que herdaram de seus antepassados quanto aquelas que foram sistematizando em diálogo com outras famílias, técnicos e cientistas que trabalham com o enfoque agroecológico.
Políticas agroecológicas “desde abaixo” Graças à pressão de movimentos e organizações que se articulam em torno da agroecologia e da soberania alimentar, alguns países da América Latina avançaram na construção de marcos jurídicos e políticos rumo à transição a sistemas agroalimentares alternativos. Além disso, as crises econômicas, ambientais e políticas forçaram os Estados a buscar formas sustentáveis de produção de alimentos e de desenvolvimento rural. No entanto, muitas leis e instituições permanecem no papel ou não alcançam mudanças estruturais, sendo facilmente desmontadas a depender do governo. por Julia Dolce
Sistemas participativos de garantia: Mais que um selo de certificação Os processos de certificação orgânica convencional de alimentos funcionam como formas de controle e padronização que nem sempre favorecem a agricultura de pequena escala. A agroecologia propõe a descentralização desses processos, sob a lógica de que o próprio grupo de agricultores, agricultoras e as redes aliadas de consumidores são os mais indicados para garantir a origem agroecológica dos alimentos.
Comercialização e distribuição agroecológica: do campo à mesa Um dos maiores desafios da agroecologia é a dificuldade técnica e material para que os alimentos produzidos no campo cheguem a outros consumidores. Para resolver essa situação, foram criadas redes alternativas de distribuição, circuitos solidários, mercados, feiras e outras soluções como as comunidades que sustentam a agricultura.
Água : O veneno que corre nas veias do Brasil Os agrotóxicos atingem águas superficiais e subterrâneas. São transportados por longas distâncias, contaminando cursos hídricos e chuvas. Estudos científicos e análises estatais já encontraram dezenas de agrotóxicos nas águas do Brasil, mas a legislação brasileira permite níveis muito elevados de contaminação. por Aline Gurgel