A Fundação Heinrich Böll, presente no Brasil há 25 anos e atuando em cooperação com diversas organizações da sociedade civil, vem a público manifestar sua discordância em relação à declaração do Chanceler alemão Friedrich Merz, proferida em 13 de novembro.
Belém é uma cidade vibrante e acolhedora, evidenciada na hospitalidade com que sua população recebeu os participantes da COP 30. É um polo onde ciência, cultura e saberes tradicionais convergem, como demonstrado na Cúpula dos Povos realizada na Universidade Federal do Pará (UFPA). A rica gastronomia reflete a biodiversidade amazônica e o profundo vínculo entre a população local, seus territórios e a floresta.
A realização da COP 30 em Belém, na Amazônia brasileira, representa uma oportunidade singular para que a comunidade internacional se conecte diretamente com a maior floresta tropical do planeta. A presença no território permite compreender, de forma mais profunda e sensível, os desafios da região e inspira a construção de soluções estruturais para a crise climática, a partir da escuta e do protagonismo dos povos da floresta. Não devemos nos esquecer que a Floresta Amazônica representa um importante sumidouro de carbono, o que é um fato relevante para as negociações econômicas e climáticas.
Como organização alemã comprometida com a justiça socioambiental, reconhecemos e valorizamos os laços de décadas de cooperação com os campos cient[ifico e de desenvolvimento entre a Alemanha, o Brasil e a Amazônia. Reiteramos nosso agradecimento às organizações da sociedade civil da Amazônia brasileira pela parceria contínua e reforçamos nosso compromisso de colaborar para a promoção de direitos, da democracia e da proteção da maior floresta tropical do mundo.
Regine Schönenberg
Diretora do escritório da Fundação Heinrich Böll no Rio de Janeiro