Tecnopolítica

Estudantes de Comunicação Social, Comunicação Visual/design e Estudos de Mídia, que estejam cursando do quarto período em diante, podem se candidatar para uma vaga de estágio na Fundação Heinrich Böll Brasil. Procuramos alguém que tenha interesse na defesa dos direitos humanos,  clima, justiça socioambiental e redes sociais. As inscrições estão abertas até 10 de março de 2024. 

São Paulo, 14 de novembro de 2023 -  Os usos e abusos das ferramentas de Inteligência Artificial, como Chat GPT e Mid Journey ganharam atenção pública no Brasil em 2023. Notícias de soluções para deter as mudanças climáticas à criação de “fake nudes”  de meninas provocam reflexões sobre as intenções e os impactos destes recursos na disseminação de discursos de ódio contra mulheres, além da ampliação da desinformação. Diante destes desafios, legisladores, governos e organizações da sociedade civil de várias partes do mundo  têm procurado propor regulações que garantam direitos e deveres dos cidadãos e das empresas. A União Europeia tem sido pioneira neste tema ao aprovar uma legislação para regular as redes sociais e plataformas digitais, como a  Lei de Mercados Digitais (DMA) e a Lei de Serviços Digitais (DSA).Enquanto isso, o Congresso brasileiro está prestes a votar o PL 2630, o PL das Fake News, e estão em andamento  discussões sobre um marco regulatório para IA.

Ao realizar uma pesquisa rápida na internet sobre reconhecimento facial é possível encontrar notícias sobre debates legislativos a respeito do banimento ou da restrição do uso do reconhecimento facial em diversas partes do Brasil e do mundo. Isso nos leva a questionar: por que discutir o banimento de uma tecnologia que aparenta ser bem-sucedida?  

A pauta de costumes entrou com força nas campanhas eleitorais presidenciais no Brasil e de meio de mandato nos Estados Unidos (as chamadas midterms americanas), considerando também que Jair Bolsonaro e Donald Trump cultivaram uma estreita relação publicamente.  A questão que fica é: Como as últimas eleições dos EUA podem ter impacto sob o Brasil atual? 

Confira e entenda melhor sobre os termos citados na publicação “A democracia aceita os termos e condições? Eleições 2022 e a política com os algoritmos”, disponível para download gratuitamente no nosso site.

Desde o escândalo Cambridge Analytica em 2018, as relações entre proteção de dados pessoais, processos eleitorais e democracia passaram a ser vistas com mais ênfase, cuidado e atenção. A possibilidade de extração de uma vasta quantidade de dados pessoais para construção de perfis psicométricos com alta capacidade preditiva, e possibilidade concreta de influência na escolha de um candidato a partir de técnicas de propaganda e modulação comportamental, trouxe um conjunto novo de preocupações, como a possibilidade de um partido apresentar “narrativas distintas” a partir da modulação por microtargeting ou a extração ilícita de dados pessoais para “inferência de preferências políticas e sensíveis”.