Agroecologia e o cuidado com a vida Desequilíbrios causados pelo sistema agroalimentar estão por trás de boa parte das doenças. Para a agroecologia, a saúde das pessoas depende do cuidado com o planeta, e por isso, são propostas formas saudáveis de interagir como meio ambiente. A produção orgânica e a valorização das plantas medicinais, a partir do resgate de conhecimentos ancestrais, estão entre as estratégias promovidas por movimentos agroecológicos para a garantia de mais saúde e qualidade de vida.
Diálogos entre o campo e a cidade O antagonismo entre rural e urbano impacta na negação das relações dinâmicas entre esses territórios, criando barreiras para a agricultura familiar e gerando desigualdades sociais e insegurança alimentar. Movimentos agroecológicos têm produzido experiências que visam tecer relações dignas e justas entre essas duas geografias.
Saberes e diversidade biocultural As raízes mais fortes da agroecologia estão nos princípios e nas práticas ecológicas, a partir das quais mulheres e homens camponeses, indígenas e afrodescendentes cultivam a terra, cuidam da natureza e geram conhecimento. Assim, o movimento considera urgente a proteção dos saberes dessas comunidades. O futuro do planeta depende disso.
Sem feminismos não há agroecologia É impossível pensar em um projeto de futuro justo, sustentável e diversificado que não inclua as mulheres do campo, das águas e da floresta, pois são elas que lideram a transformação do sistema agroalimentar na América Latina. É por isso que, a partir do feminismo camponês e suas alianças, as mulheres rurais e agricultoras têm um lema de luta: sem feminismo não há agroecologia.
Uma ponte entre gerações Após décadas imigrando para as cidades por não encontrarem oportunidades de estudos e estabilidade profissional no campo, os jovens rurais da América Latina agora protagonizam uma retomada da relação com seus territórios de origem. Esse movimento é relacionado ao crescimento do interesse da juventude sobre as práticas sustentáveis de produção agrícola, a agroecologia.
Atlas do Agrotóxico Nas frutas, nos vegetais, no leite materno, no ar e até mesmo nos solos de territórios protegidos – vestígios de agrotóxicos usados na agricultura podem ser encontrados em toda parte. Os agrotóxicos deterioram a saúde humana, a biodiversidade, a água e o solo, mas isso não é, de jeito algum, novidade.
Da propriedade privada à Rede A soberania alimentar e a defesa dos bens comuns são lutas coletivas. A agroecologia fortalece os processos territoriais de base camponesa, a organização comunitária e a criação de redes, que expressam a grande diversidade ecossistêmica e sociocultural da agricultura. Assim são construídas as trocas materiais e simbólicas entre os diferentes sujeitos sociais, com o propósito de se alcançar condições dignas de vida.
Agroecologia na América Latina Neste webdossiê da Agroecologia na América Latina entrelaçam-se as experiências de um projeto político de liberação e democratização dos sistemas alimentares, a luta histórica dos povos pela terra, pelas sementes e pela autodeterminação; a reivindicação de sujeitos oprimidos e sua importância no processo de obtenção, transformação e circulação dos alimentos; assim como a defesa da biodiversidade dos ecossistemas que sustentam nossas formas de nos relacionarmos com os alimentos. Mais do que um webdossiê, mais do que uma soma heterogênea de mapas, esta publicação é um espaço de discussão e compartilhamento destes princípios e práticas revolucionárias que fazem frente ao agronegócio e ao extrativismo neoliberal, além de propor novas alternativas e recuperar outras, existentes há muitos e muitos anos.