Nova publicação - Formação Conservadora: Como pensa a extrema direita?

A ultradireita se fortalece mundo afora representando forte ameaça à Democracia em pontos estratégicos do globo. Um desses projetos é o curso Formação Conservadora, criado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os jornalistas Andrea Dip e Niklas Franzen se matricularam no curso e mergulharam a fundo em seus doze módulos para entender a metodologia utilizada e qual é o perfil do público que atende às aulas.

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Na última quinta-feira (11), a publicação, que já pode ser acessada aqui, foi lançada em evento realizado pela Fundação Heinrich Böll, abordando as ideias ultraconservadoras nesta guerra narrativa que se propaga mais fortemente no Brasil desde 2018, quando Bolsonaro venceu as eleições presidenciais. O material apresenta um mapeamento de como pensa e onde quer chegar a extrema direita brasileira.

“Quisemos nos infiltrar no curso do Eduardo Bolsonaro, porque acreditamos que nossa pesquisa pode dar uma compreensão mais profunda do bolsonarismo e do funcionamento da extrema direita mundial por dentro. É preciso entender suas estratégias, narrativas, articulações transnacionais e modus operandi. Esperamos que essa imersão ajude movimentos sociais e pesquisadores a encontrar contra estratégias para fazer frente a esse fenômeno que cresce no mundo”, diz Andréa Dip.

De acordo com o próprio comunicado do curso, o objetivo da plataforma online é formar líderes e preparar conservadores para a "guerra cultural". Há cursos online sobre diversos temas, a possibilidade de troca com pessoas que pensam da mesma maneira, com o intuito de formar uma comunidade e uma conversa mensal com Eduardo Bolsonaro. O lema do projeto é: "Há uma guerra em andamento e o Brasil precisa de você".

Os fundamentos ideológicos da guerra cultural, e outros tópicos que citam o educador Paulo Freire, Globalismo, Educação, Família, Armas, também fazem parte do documento. O curso captura e deturpa a história desde a criação do universo até a ditadura militar no Brasil, passa por um revisionismo da geopolítica, da ciência e das teorias de gênero e feministas, tenta tornar o racismo uma pauta menor, aponta a comunidade LGBT+ como ameaça, entende a cultura e a arte como ferramentas apropriadas pela esquerda para doutrinação de mentes e a educação formal como uma ameaça à família.

“Não é sobre ganhar eleições, mas mudar as sociedades. E nisso a extrema direita no mundo tem sido assustadoramente bem-sucedida. Gera, através de teorias conspiratórias, o pânico moral - a esquerda é ardilosa, experiente e sorrateira, entra nos lares e corações desavisados e, portanto, precisa ser aniquilada” alerta o documento de Dip e Franzen.

Conexões da extrema-direita brasileira com a alemã - Nikolas Frazen - Fundação Heinrich Böll Brasil

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