A ascensão dos gigantes da carne: A indústria extrativa do Brasil
O Brasil é o principal exportador mundial de soja, o segundo maior exportador de milho e lidera o comércio internacional de carne bovina. Com cerca de 39% do total das exportações globais, o país ultrapassou os Estados Unidos se tornando o maior exportador de carne de frango do mundo. Em decorrência do aumento drástico das importações de carne de porco por parte da China nos últimos dois anos, o Brasil também começou a atender a essa demanda. A enorme expansão da produção tem tornado o Brasil cada vez mais dependente dessas commodities para manter o superávit comercial e tem gerado impactos dramáticos na vida da população brasileira ligados à cadeia produtiva de carne e ao valioso meio ambiente do país.
No início dos anos 2000, os EUA e as transnacionais europeias dominavam a indústria brasileira de carne e ração animal. Nos últimos dez anos, no entanto, o apoio do governo federal a determinadas empresas resultou, com sucesso, no surgimento de gigantes não só nacionais, mas também mundiais no complexo industrial global de carne. À medida que essas corporações consolidaram seu poder global, a produção e as exportações brasileiras de carne e de ração animal cresceram proporcionalmente.
Voltada para favorecer fortemente as corporações de elites brasileiras, a estrutura socioeconômica do Brasil já produz uma desigualdade generalizada. O apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na criação dos "campeões nacionais" em meados da década de 2000 fortaleceu ainda mais o poder de um grande grupo de corporações. Estas empresas agora desempenham um papel central na economia nacional.