A Fundação Heinrich Böll apresenta uma compilação de dois artigos escritos por Barbara Unmüßig, presidente da Organização, que trazem uma reflexão sobre questões ligadas à financeirização da natureza.
Sobre os artigos:
Na tentativa de controlar as mudanças climáticas e reduzir a utilização de combustíveis fósseis, atores internacionais lançaram o conceito economia verde. Aliando inovações tecnológicas a investimentos em fontes de energia renováveis, a economia verde, ou bioeconomia, visa uma transição ecológica para a descarbonização da economia global.
Essa preocupação ecológica, também impulsionada pelo “pico do petróleo”, não resolve o problema do crescimento econômico, como analisa Barbara Unmüßig em seu texto “Bioeconomia – um caminho sem saída”. Eficiência e produtividade ainda são pilares da bioeconomia, uma vez que em escala global ainda se mantém os mesmos padrões de produção e consumo.
Energia renovável não significa energia infinita e suas políticas nem sempre são isentas de impactos ambientais e sociais. Segundo a autora, qualquer conceito ou estratégia para uma economia do crescimento que poupe o uso dos recursos e alivie o problema da pobreza continua com pouca repercussão.
No texto “Monetizando a Natureza: precauções necessárias em uma encosta escorregadia”, Barbara também analisa como o fenômeno da monetização da natureza vem crescendo mesmo em meio aos ambientalistas. Em um cenário em que a proteção ambiental declina e a degradação aumenta, a prática de monetizar a natureza tem sido vista como uma estratégia de conservação.
Para ela, porém, valorar a natureza, ou seja, transformá-la em commodity, é uma solução perigosa, pois submete a linha tênue que é o equilíbrio da natureza à lógica destrutiva e a volatilidade dos mercados. Monetizando a natureza também alteramos a maneira como nos relacionamos com ela, reduzindo seu valor, que é também cultural e espiritual para muitos povos, a termos monetários.
O e-paper “Reflexões sobre a financeirização da natureza” reúne essas duas analises como os mais recentes desafios ambientais, e reafirma o princípio da precaução no direito ambiental aliado aos princípios de justiça e democracia defendidos pela Fundação Heinrich Böll, na qual Barbara Unmüßig é a presidente desde 2002.
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