Democracia sob pressão: reflexões sobre a extrema direita com as chaves do passado, presente e futuro

Organizadoras: Marilene de Paula e Manoela Vianna

Os autores dialogam sobre o passado, o presente e o possível futuro do muito atuante movimento da extrema direita global. A luta atual contra os valores “woke” (quer dizer contra nós) e um futuro distópico está na mão dos donos dos big techs com uma crença absoluta nas soluções técno-cientificas, brancas e masculinas.

O presente modifica o olhar sobre o passado. O futuro é atingido pelo que construímos a partir das bases do presente e do passado. Ou seja, estamos a todo momento imersos em três tempos, apesar de parecer que tudo se resume ao agora. Ao mesmo tempo, se queremos transformar nossa realidade agir olhando o fluxo do tempo é primordial. Foi o que fizemos em nosso encontro de
parceiros, em março de 2025, no Rio de Janeiro, onde está a sede do escritório da Fundação Heinrich Böll no Brasil. A proposta foi nos desafiarmos a pensar como podemos trabalhar ainda melhor com essas instituições brilhantes para defender a democracia em um contexto de ascensão da extrema direita e que diverge em todos os sentidos com os valores que defendemos.

Com uma escrita baseada em olhares atentos para os recentes acontecimentos, os autores montam um quadro político que diz muito sobre como a onda ultraconservadora que assola diversos países e fez tremer o mundo político, mexeu também de certa forma com a vida cotidiana de cada um e cada uma. Esse cenário exige que façamos diagnósticos profundos, mas ao mesmo tempo que novas estratégias e táticas sejam desenvolvidas para fortalecer diálogos e ações efetivas para proteger e garantir os direitos humanos e a democracia.

Ao longo dos 25 anos de atuação da Fundação Heinrich Böll no Brasil apoiamos e nos juntamos a pessoas, organizações da sociedade civil, movimentos sociais e instituições com o firme propósito de construção de um mundo mais justo, com menos racismo, violência, com mais solidariedade, afeto e diálogo. A roda de conversa que gerou essa publicação também nos inspira a pensar que devemos
responder de forma coordenada e efetiva à crise climática e colocar no centro do debate a equidade de gênero. Esses temas fazem parte de uma luta ancestral na defesa de uma vida com dignidade e direitos. Agora está em nossas mãos construir narrativas positivas que alcancem as corações e mentes dos seres humanos a nossa volta.