A energia eólica no litoral do NE no Brasil

O governo brasileiro, desejando adequar-se à agenda global de contenção da mudança climática e sobretudo expandir a oferta de energia do país para garantir o crescimento econômico, vem, desde 2002 aperfeiçoando políticas de fomento às fontes renováveis de energia (DUTRA 2007). Estas também são vistas como alternativas à fonte hidrelétrica que representa cerca de 64% na matriz de energia elétrica nacional (ANEEL 2014). Apesar de renovável esta fonte é criticada por depender das chuvas e por causar impactos sócioecológicos de alta magnitude (ANEEL 2002).

A energia eólica vem destacando-se devido ao enorme potencial do país, à constante redução do preço MW/hora negociado nos leilões e ao interesse crescente de investidores (MELO 2013). Somente no ano de 2012, o BNDES financiou cerca de US $ 1,4 bilhões para parques eólicos (FOLHA 2013). Neste mesmo ano, a capacidade instalada de energia eólica quase dobrou em relação ao ano anterior. Hoje há 180 empreendimentos eólicos em operação no Brasil somando cerca de 3,8 GW de potência instalada fiscalizada pela Aneel (ANEEL 2014). Isso ainda representa apenas cerca de 3% da nossa matriz de energia elétrica, mas a meta do governo é a expansão progressiva do setor (EPE 2013).

Esses dados mostram que a política do governo federal vem sendo relativamente bem sucedida em atrair o interesse crescente de investidores - especialmente na costa da região nordeste (NE) que apresenta ótimas características de vento. Entretanto, o que chama a atenção é que lá, o discurso do governo de que parques eólicos geram desenvolvimento sustentável vem sendo questionado por moradores, movimentos sócio-ambientais, pesquisadores, mídia, ONGs e defensores públicos.

Aqui se reconhece o papel importante que a energia eólica tem a desempenhar na matriz energética brasileira enquanto alternativa às fontes de energia fóssil e atômica. No entanto, damos visibilidade a um problema: o modo de implementação dos projetos vem gerando diversos conflitos com populações afetadas indicando casos de injustiça ambiental.

Detalhes da publicação
Data da publicação
06 Novembro 2014
Editor/a
Fundação Heinrich Böll
Número de páginas
18
Licença
Idioma da publicação
Português
Índice

Autora 2

Introdução 3

Apresentando a Comunidade do Cumbe 5

A distribuição de custos e benefícios na comunidade 6

Considerações finais 13

Anexo 14