CEM ANOS DIA INTERNACIONAL DA MULHER - Página Inicial

March 3, 2011

Em 1910,  a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague, na Dinamarca, criou o Dia Internacional da Mulher, uma proposta da socialista alemã Clara Zetkin. O dia foi celebrado pela primeira vez em 1911.  A data 8 de março foi fixada somente em 1921. Por isto, não é um atraso político mas apenas uma referência diferenciada que levou a Fundação Heinrich Böll a celebrar os 100 anos do Dia Internacional da Mulher neste ano e não em 2010, como foi o caso no Brasil. Para isto, ela elaborou um dossiê, a qual o escritório Brasil da Fundação Heinrich Böll contribuiu com textos e vídeos.

100 anos depois da conferência em Copenhague, as lutas já não são as mesmas. Mas são igualmente importantes. Com os seus 28 escritórios atuando em 60 países do mundo, A Fundação Heinrich Böll juntou experiências e testemunhos globais para elaborar o rico dossiê  “Women’s Voices, Women’s Choices – 100 years of International Women’s Day”. Uma versão reduzida em inglês se encontra aqui ), a versão original em alemão, na íntegra, pode ser acessado aqui.

O escritório Brasil da Fundação Heinrich Böll traz três contribuições temáticas para refletirmos sobre os 100 anos do Dia Internacional da Mulher:

1.
Nas eleições presidenciais de 2010 questões mais amplas que diziam respeito à garantia dos direitos das mulheres, nas áreas da saúde, segurança e trabalho, só para citar alguns, ficaram de fora da pauta. O tema do aborto dominou os debates trazendo a tona visões conservadoras e fundamentalistas. Nalu Faria, da Sempreviva Organização Feminista (SOF - http://www.sof.org.br/), discute a luta do movimento de mulheres no Brasil pela descriminalização do aborto e a necessidade de defender a laicidade do Estado.

2.
A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil, violência essa em geral praticada pelo (ex-) companheiro ou alguém das relações privadas/afetivas. Avanços foram feitos com a adoção de uma legislação mais dura para os agressores e ampliação da rede de atendimento às vítimas. Marilene de Paula, coordenadora do escritório Brasil da hbs (http://www.boell.org.br/), discute os ganhos em se combinar a luta pelo fim da violência contra as mulheres e o debate sobre políticas de segurança pública.

O alto nível de violência no Brasil exige a urgência de construção de uma cultura de paz. O papel que as mulheres podem e devem assumir nesse processo é discutido em entrevista com Sandra Carvalho,  advogada e coordenadora da Justiça Global (http://www.global.org.br/ ), uma das ONGs mais atuantes no debate sobre segurança pública no Brasil e ganhadora do prêmio de direitos humanos da Human Rights First, em 2009.

 

3.
No Brasil desastres naturais vêm acontecendo de forma mais constante, como secas, inundações e até mesmo furacões e tornados, que nunca tinham sido registrados no país. Aliado a isso a expansão das monoculturas, o desmatamento de áreas de florestas e a falta de planejamento urbano trazem conseqüências graves, principalmente para mulheres e crianças, os mais afetados pelas mudanças climáticas. Acesse o vídeo, apoiado pela hbs, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE – http://www.fase.org.br/ ) “Mulheres na luta por justiça ambiental e climática” e conheça os depoimentos de mulheres do campo e da cidade que tentam mudar esse cenário, a partir da agroecologia e do engajamento político.