“Copa 2014 – o que as mulheres têm a ver com isso?”

Megaeventos sempre envolvem oportunidades e ameaças ao mesmo tempo. De um lado, podem surgir novas oportunidades de trabalho e, de outro, grandes ameaças como a remoção de pessoas das suas moradias, maior exclusão e exploração daquelas/daqueles que já vivem em situação de pobreza e vulnerabilidade, além do agravamento das desigualdades. O risco é maior para grupos mais vulneráveis, como as mulheres, que enfrentam um risco mais elevado de serem exploradas em trabalhos mal remunerados e, principalmente, de serem exploradas sexualmente na prostituição.

Em Fortaleza/CE, uma das cidades que receberá jogos da Copa do Mundo, vários mega-projetos estão sendo construídos para receber cerca de 700 mil turistas. A cidade apresenta estes projetos como uma grande chance para fortalecer o mercado do turismo e as autoridades ignoram os efeitos no acréscimo do turismo sexual e do tráfico de mulheres. Em Salvador/BA, que também receberá os jogos, o comércio informal será deslocado dos seus espaços tradicionais e excluirá os vendedores ambulantes tradicionais. Isso é contrário à declaração oficial do governo, segundo o qual a Copa do Mundo beneficiará a população mais pobre e, dentro dela, a população negra. Em Natal/RN, outra cidade a sediar os jogos, mais violações. Cerca de 400 desapropriações forçadas de imóveis, isto é, os direitos dos moradores serão sacrificados para garantir a realização das obras.

O tráfico de mulheres, que consiste em uma situação de escravidão mediante várias formas de aliciamento, geralmente para fins de exploração sexual, é um dos problemas mais sérios. Mulheres pobres de até 23 anos, com baixa escolaridade, são as principais vítimas. Muitas vezes, elas são atraídas pelas promessas de emprego para depois se verem forçadas à prostituição. Segundo os movimentos pelos direitos das mulheres, a exploração sexual e o tráfico de mulheres tende a aumentar devido as promessas de que a Copa seria uma possibilidade de melhoria de vida. Relacionado a isso, o fato das cidades não possuírem políticas adequadas destinadas a combater o turismo sexual e a exploração das mulheres piora o problema.

Esses são alguns exemplos de problemas que surgem e/ou se agravam com a realização da Copa do Mundo. Na busca por responder essas questões e orientar a população, especialmente as mulheres, o Esplar Centro de Pesquisa e Assessoria, com o apoio da Fundação Heinrich Böll Brasil, lança no dia 4 de março o informativo e o vídeo “Copa 2014 – o que as mulheres têm a ver com isso?”. O evento acontece no auditório Castelo Branco na Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Mais informações:
ESPLAR Centro de Pesquisa e Assessoria
E-mail: esplar@esplar.org.br
Telefone: 85 3252 2410

Fonte da imagem: Esplar

 

 

 

Copa 2014: O que as mulheres têm a ver com isso? - vídeo e informativo (http://www.br.boell.org/web/136-1506.html)