2ª edição - “Copa para quem e para quê? Um olhar sobre os legados dos mundiais no Brasil, África do Sul e Alemanha”

A organização da Copa do Mundo ocorre da mesma forma em todos os países? O custo social do Mundial é igual em todos eles? São questões que o livro “Copa para quem e para quê? Um olhar sobre os legados dos mundiais no Brasil, África do Sul e Alemanha” busca responder. Editada pela Fundação Heinrich Böll Brasil (HBS), a publicação compara os preparativos das Copas da Alemanha (2006), da África do Sul (2010) e do Brasil (2014). De forma crítica, mostra como as ações da Fifa, governos e patrocinadores mercantilizam os espaços públicos, sempre com a justificativa de que os países serão beneficiados pelo legado do evento.

Assinam os artigos: Christian Russau, jornalista alemão e ativista de direitos humanos; Laura Burocco, pesquisadora em políticas urbanas e desenvolvimento da ECO/UFRJ; Glaucia Marinho, Mario Campagnani e Renato Cosentino, membros da Justiça Global e da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop). Dawid Bartelt e Marilene de Paula, da HBS Brasil, organizaram a publicação.

De acordo com as análises, na Alemanha o legado foi simbólico, apresentando os alemães como um povo festivo e amigável. O legado da África do Sul também trouxe mudanças na imagem do país, apesar do endividamento público para construção de estádios e das violações de direitos, como remoções forçadas de milhares de famílias para áreas “provisórias” de moradia, nas quais permanecem até hoje. No Brasil, ainda é cedo para afirmar qual será o legado e o custo social do Mundial. Estima-se, no entanto, que 250 mil pessoas serão removidas no processo de organização da Copa e das Olimpíadas de 2016. Somente no Rio, 1.860 famílias já foram removidas e outras 5.325 estão ameaças de remoção forçada.

Alguns dados interessantes presentes na publicação:

  • Previsão inicial de gastos em 2007 = R$ 5 bi. Estimativa atual = R$ 30 bi.
  • Apesar do discurso de que a Copa seria financiada por recursos privados, os bancos públicos arcaram com 80% dos recursos da Matriz de Responsabilidade (estádios, desenvolvimento do turismo e mobilidade);
  • As obras que mais receberam recursos são justamente aquelas que passarão às mãos da iniciativa privada;
  • Entidade sem fins lucrativos, a Fifa terá faturamento de R$ 9,7 bi no Brasil, superando os R$ 7 bi da África do Sul e os R$ 4,4 bi da Alemanha.
  • Na Alemanha 37% dos valores para construção/ reforma dos estádios vieram de recursos públicos, no Brasil 90,3% e na África do Sul 100%.
  • O custo de cada assento nos estádios das copas ficou na média em  cerca de R$ 12 mil no Brasil, R$ 7 mil na África do Sul e R$ 6,5 mil na Alemanha.   

 

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Detalhes da publicação
Data da publicação
Junho de 2014
Editor/a
Fundação Heinrich Böll Brasil
Número de páginas
164
Licença
All rights reserved
Idioma da publicação
Português
ISBN / DOI
978-85-62669-11-8
Índice

Introdução................................................7
Dawid Danilo Bartelt


Brasil.....................................................12
Glaucia Marinho
Mario Campagnani
Renato Cosentino


África do Sul.........................................60
Laura Burocco


Alemanha..............................................106
Christian Russau


Conclusão..............................................149
Marilene de Paula