Desconstruindo a "sustentabilidade" para promover "justiça ambiental"
Desde 2002, o governo brasileiro, com intenção de se adequar à agenda global de contenção das mudanças climáticas e buscando expandir a oferta de energia do país, vem promovendo políticas de fomento às fontes renováveis de energia. Estas também são vistas como alternativas à fonte hidrelétrica que representa cerca de 64% na matriz de energia elétrica nacional, de acordo com a ANEEL. A energia eólica vem destacando-se devido ao enorme potencial do país, à constante redução do preço MW/hora negociado nos leilões e ao interesse crescente de investidores. A política do governo federal vem sendo relativamente bem sucedida em atrair o interesse crescente de investidores especialmente na costa da região nordeste (NE) que apresenta ótimas características de vento. Entretanto, o discurso do governo de que parques eólicos geram desenvolvimento sustentável vem sendo questionados por moradores, movimentos sócio-ambientais, pesquisadores, mídia, ONGs e defensores públicos.
Neste artigo disponível para download, a doutoranda Alice Nataraja Garcia Santos da Universidade de Tübingen, Alemanha, reconhece o papel importante que a energia eólica tem a desempenhar, mas analisa os conflitos e os casos de injustiça socioambiental causados pelos projetos. A pesquisadora apresenta alguns resultados de um estudo de caso feito na comunidade do Cumbe, localizada no litoral do estado do Ceará. A comunidade recebeu três parques eólicos em 2008 e desde então os moradores lutam contra o desrespeito a leis ambientais e a direitos de populações afetadas e comunidades ribeirinhas tradicionais.
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