Agricultura que preserva a floresta motiva Caravana à Amazônia

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Organizações da sociedade civil de todas as regiões do Brasil viajarão a comunidades de Santarém para descobrir o que significa fazer agroecologia na floresta Amazônica.

A Caravana Agroecológica e Cultural de Santarém será realizada nos dias 22 a 25 de outubro, com a participação de cerca de 100 pessoas e dois roteiros envolvendo sete comunidades: um passa pela Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns e o outro pela Floresta Nacional do Tapajós (Flona), incluindo a BR-163 e o município de Belterra.

A visita vai permitir conhecer a economia das comunidades, seus projetos para melhorar as condições de vida na floresta – como as Oficinas Caboclas (produção de moveis e artefatos com aproveitamento de resíduos de madeira), micro-sistemas de abastecimento de água, beneficiamento de produtos da mandioca e do extrativismo, viveiros de mudas para reposição florestal, entre outros. Debaterão com os povos da floresta – indígenas, ribeirinhos, quilombolas - os impactos de programas federais, como o Bolsa Verde.

Na oportunidade, os participantes da caravana também poderão conhecer novos e antigos conflitos territoriais que ameaçam os modos de vida das comunidades, impedindo o avanço da agroecologia. São exemplos, o projeto de construção de usinas hidrelétricas no Tapajós, o interesse os projetos das empresas de mineração na região, a expansão da fronteira agrícola na Amazônia, incluindo questões como o escoamento da produção de soja e a ação das madeireiras. Outro tema importante são as vitórias e desafios das comunidades para gestão destes territórios.

De volta à sede do município de Santarém será realizado um seminário de encerramento com debates sobre Os Desafios do Agroextrativismo na Amazônia e sobre Economia Verde e Serviços Ambientais (PSA).

As entidades responsáveis pela organização: Centro de Apoio a Projetos de Ação Comunitária (CEAPAC), Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém, Terra de Direitos, Casa Familiar Rural de Santarém (CFR), FASE e Associação Agroecológica Tijupá.

Esta caravana faz parte da mobilização do movimento pela agroecologia no Brasil para a construção do III Encontro Nacional de Agroecologia, a ser realizado em 2014.

A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) é uma rede que reúne centenas de outras redes e organizações de todo o Brasil, interessadas em promover a agroecologia, baseada na produção de alimentos saudáveis, sem agrotóxicos, mantendo o equilíbrio entre os homens e mulheres e com a natureza, a partir do fortalecimento de sujeitos políticos e da sua atuação política.

Para tal, a articulação preocupa-se com a construção da autonomia dos povos e comunidades, considerando uma diversidade de temas tais como a posse da terra e os direitos territoriais; a sade; a soberania e segurança alimentar e nutricional; proteção, manejo e conservação dos recursos naturais; o acesso a mercados e o direito trabalho; a conservação da agrobiodiversidade e a igualdade de gêneros.
Seguindo a metodologia de outros eventos organizados pela ANA, o objetivo da Caravana Agroecológica e Cultural de Santarém é promover a troca de experiências entre agricultores fortalecendo experiências, a partir do olhar sobre os territórios onde elas acontecem.

 

 

A Fundação Heinrich Böll é uma das organizações que apoia a Caravana Agroecológica e Cultural de Santarém.

 

 

 

 

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