O Menos 1 Lixo é um negócio de impacto socioambiental focado no empoderamento dos indivíduos para que eles saibam que podem mudar o mundo através de pequenos gestos. Tem como missão mudar o comportamento de organizações, governos e, claro, indivíduos. Essa força vem da origem do movimento: a partir da indignação de uma mulher que não aceitou o fato de que descartamos toneladas de plástico nos oceanos todos os anos. No final de 2015, a ativista Fe Cortez se propôs o desafio de ficar 12 meses sem consumir copos descartáveis. Economizou 1.618 copos e passou a repensar muitos outros plásticos e resíduos da sua rotina.
A partir do desconforto de perceber pouca informação e muito desinteresse sobre sustentabilidade, Fe Cortez construiu uma plataforma para oferecer conteúdo relevante sobre os nossos consumos individuais e seus impactos para o planeta. Em parceria com uma agência de design, idealizou o primeiro copo reutilizável 100% produzido no Brasil, retrátil, de silicone e que podia ser carregado para todos os lugares, lançado em meados de 2016.
O Menos 1 Lixo começa então a se expandir, e lança webséries informativas que fornecem ferramentas para quem quer transformar o cenário preocupante projetado para 2050, quando haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. Em 2018, co-cria a campanha Pare de Chupar, sobre o uso irresponsável dos canudinhos plásticos descartáveis. Infuencia diretamente a aprovação da lei municipal do Rio de Janeiro 1691 de 2015, sancionada em 2018, que proíbe o uso de canudos plásticos em bares, restaurantes e lanchonetes. A campanha pela aprovação da lei, feita em parceria com o Meu Rio, obteve mais de 50 mil assinaturas em um tempo recorde, com uma poderosa petição e mobilização online. O Rio foi a primeira capital no Brasil a adotar tal medida; hoje, mais de 30 cidades brasileiras também baniram os canudos.
No final de 2018, o Menos 1 Lixo foi convidado pela Administração da Ilha de Fernando de Noronha para participar do projeto Noronha Plástico Zero (NPZ) junto com a Iönica e co-criar o decreto que proíbe a entrada de plásticos descartáveis na ilha: garrafas plásticas de bebidas com menos de 500ml, canudos, copos, pratos, talheres, sacolas, embalagens de isopor e outros produtos descartáveis com polietileno e polipropileno na composição. O Decreto Distrital 02/2018 passou a valer oficialmente em abril de 2019 e fez de Noronha a primeira ilha do Brasil a protagonizar o banimento desse tipo de resíduo. Auxiliamos no desenvolvimento das campanhas de educação ambiental com os moradores e turistas, agregando todos no conceito da autorresponsabilidade. O Centro de Engajamento foi construído para ser um espaço de imersão na história do plástico descartável através de exposições, workshops, intervenções artísticas, oficinas e rodas de conversa. Fernando de Noronha também recebeu o Caminho do Vidro, a primeira etapa da gestão completa do vidro por lá, ressignificando um resíduo e transformando-o em material para a construção civil. O NPZ é um projeto que ancora também um valor de rede do movimento, já que tem o envolvimento de muitos atores: do governo à empresa patrocinadora. Uma relação político-privada de união de forças.
Hoje, o Menos 1 Lixo reúne mais de 643 mil seguidores no Instagram, quase 100 mil inscritos no canal do YouTube. São muitos ebooks gratuitos com jornadas de aprendizado, vídeos semanais sobre minimalismo, consumo consciente, dicas práticas de como abandonar determinados plásticos e como substituí-los, pautas sobre alimentação sem carne e sobre ativismo. Oferecemos um curso para apoiar quem quer tornar a casa em ambiente regenerativo. Ancorados em valores da Comunicação Não-Violenta, priorizamos as mulheres em cargos de liderança, a escuta ativa e a busca para que toda a empresa seja contemplada em suas necessidades e sonhos. O cuidado é um dos nossos valores, porque acreditamos que é ele que guia nossa caminhada.
Com quase seis anos de existência, o Menos 1 Lixo se transformou na maior plataforma de educação e informação ambiental do país e multiplica essa força de mudança de comportamento a partir dos pequenos gestos e dos grandes questionamentos. Por isso, quando decidir não se envolver na mudança individual porque não acredita que vai fazer diferença para o planeta... repense! Nós somos mais potentes do que contaram para gente.