Rio de Gastos - Edição 5

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Os Jogos Rio 2016 terão a maior operação de segurança da história do Brasil, segundo o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Passos Rodrigues. Esta afirmação e a proximidade dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos tornam ainda mais necessária a reflexão sobre nossa política de segurança pública, herdeira da ditadura civil-militar.

Os megaeventos são um momento ímpar, que tornam o Brasil, e em particular o Rio de Janeiro, uma vitrine internacional ao mesmo tempo em que acirram as contradições existentes. Ao reforçarem um modelo de desenvolvimento desigual na cidade, os Jogos são, na verdade, uma festa exclusiva para convidados. Intensificam-se práticas de repressão por parte do Estado, que busca conter e reprimir quem é visto pelas elites como a sujeira da cidade, que merece ser escondida durante esse processo de “limpeza” ou higienização que precede as disputas esportivas.

Os megaeventos são, portanto, um mecanismo de aprofundamento e intensificação dos dispositivos de controle, pautados pelo racismo e pela truculência, que agravam o genocídio da população negra, a violência policial nas favelas e a repressão a movimentos sociais e manifestações. Fazem parte de um modelo que movimenta grandes recursos na elitização de alguns territórios, enquanto se intensifica a exclusão e as violações em outros.

 

Detalhes da publicação
Data da publicação
Março de 2016
Editor/a
PACS
Número de páginas
4
Licença
Idioma da publicação
Português
Índice
  •  Megaeventos e segurança pública - Olimpíada reforça militarização, criminalização e racismo
  • Quando a polícia mata
  • Não falta dinheiro para a repressão
  • O projeto da cidade excludente por trás das UPPs
  • Lei antiterror é ameaça ao direito de manifestação