Estamos usando as terras do mundo como se fossem inesgotáveis, como se tivéssemos uma conta da qual pudéssemos retirar créditos continuamente e que nunca iremos pagar nada. A natureza demora vários milhares de anos para construir uma fina camada de solo fértil, mas apenas uma hora de chuva forte pode perdê-lo. Na média europeia são necessários 1,3 hectares - dois campos de futebol - para produzir todos os alimentos e outros produtos que o/a cidadão/ã consome a cada ano. Isso é cerca de seis vezes mais do que está disponível para cada pessoa em Bangladesh. Quase 60 por cento da área produtora para consumo de alimentos e outros produtos para os europeus está fora da União Europeia.
A demanda global por alimentos, ração e biocombustíveis está em ascensão, assim como os preços da terra. Em muitas regiões a luta pelo direito ao acesso a terra é uma luta pela sobrevivência de indivíduos e comunidades. A importância global dos solos exige respostas globais. As Nações Unidas definiram 2015 como o Ano Internacional dos Solos, num alerta de que a proteção e o direito à terra são fundamentais para a minimização da pobreza e melhoria da produção global de alimentos.
Para entendermos melhor o que está em jogo nesse debate a Fundação Heinrich Böll, em parceria com o Institute for Advanced Sustainability Studies, da Alemanha, lançou o Atlas do Solo (Soil Atlas) que mostra como o acesso à terra é fundamental na luta contra a pobreza e a fome e que sem um solo saudável, não é possível uma produção de alimentos saudáveis.
A publicação Soil Atlas está disponível para download (PDF) na versão em inglês e alemão.