APRESENTAÇÃO
A expansão dos agrocombustíveis, em monoculturas de escala industrial destinadas ao abastecimento de um mercado global crescente de energia, tem sido justificada como estratégia de enfrentamento das mudanças climáticas, de substituição parcial do petróleo, que chega ao seu pico de produção mundial, e até mesmo de “desenvolvimento rural”. Entretanto, o modelo do agronegócio, além de petrodependente na sua forma de produção e logística de distribuição em escala planetária, está associado a impactos ambientais e sociais que, em última análise, inviabilizam a produção e distribuição descentralizada de alimentos e de energia, mais eficiente e mais saudável ao ser humano e ao ambiente. Assim mesmo, segue avançando sobre os territórios onde se dá a reprodução social das dinâmicas camponesas, especializando-os na produção monocultural, mecanizada, calcada no emprego de agrotóxicos e biotecnologia, que não se destina às necessidades locais e acaba por reduzir a diversidade biológica, social e cultural e, assim, as bases para o suprimento destas mesmas necessidades.