Está no ar o novo Webdossiê sobre Religião e Política da Fundação Heinrich Böll em parceria com o Instituto de Estudos da Religião Convidamos um grupo de especialistas nos temas da religião e da extrema direita para falar sobre a correlação de forças políticas atuais, levando em consideração os aspectos religiosos e as mudanças na sociedade brasileira ao longo dos últimos anos. O Webdossiê Religião, Democracia e Extrema Direita traz o resultado dessas conversas.
Significados da família: Baseado em pesquisa realizada para a agência nova s/b Como evangélicos e não evangélicos definem família? E como isso se relaciona com os candidatos nas eleições de 2022, Lula e Bolsonaro? Quais são os principais desafios que esses dois segmentos veem em relação à escola, violência e modelos a serem seguidos? São essas questões abordadas a partir de pesquisa que as autoras Esther Solano e Camila Rocha apresentam nesse artigo. por Camila Rocha e Esther Solano
Religião e Política no Brasil: um breve balanço de pesquisas entre os anos 2013-2023 Atentos à atuação de religiosos na campanha eleitoral de 2010 e das forças políticas em torno da Frente parlamentar evangélica (FPE), há 10 anos Fundação Heinrich Boll e o Instituto de Estudos da Religião (ISER) lançavam sua primeira publicação “Religião e política: uma análise da atuação de parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e de LGBTs no Brasil”. Os pesquisadores já apontavam o alinhamento de um projeto liberal ultraconservador que posteriormente seria vitorioso nas eleições de 2018. por Christina Vital da Cunha
Poder religioso e múltiplas mediações comunicacionais Um grande contingente de lideranças da extrema direita, inclusive aquelas que se utilizam do discurso religioso, vêm se projetando nas redes sociais nos últimos anos, aproveitando-se do modo de funcionamento e dos modelos de negócios das grandes plataformas digitais, cujos algoritmos valorizam conteúdos extremistas, sensacionalistas e informações falsas que geram mais cliques e, portanto, mais lucros para essas empresas. por Olívia Bandeira
Bolsonarismo e a extrema direita no Brasil: uma reflexão sobre origens e destinos O pesquisador Michel Gherman avança em algumas hipotéses para entendermos porque o Brasil elegeu um candidato vinculado à extrema direita, com histórico de discursos elogiosos a Hitler e ao nazismo e por que isso não serviu de impeditivo para sua eleição e para apoios políticos que ele recebeu em 2018 e 2022. por Michel Gherman
Conflitos em torno do gênero, conservadorismo antidemocrático e suporte popular Os movimentos conservadores e antidemocráticos utilizam vários recursos para influenciar a política institucional e mobilizar as pessoas, em especial nas questões que envolvem gênero e família. Mas, levamos de fato em consideração as enormes transformações sociais nas relações familiares e de gênero vivenciadas pelas pessoas, e as mulheres em particular, nos seus cotidianos? Como elas “escutam” os apelos à defesa da família, por parte de atores conservadores? por Flávia Biroli
Editorial de Newsletter | Julho, 2023 Retomando Junho de 2013 e as lições aprendidas Junho de 2013... lá se vão 10 anos. Parte da esquerda, mas não só, afirma que 2013 trouxe o ovo da serpente: deu início a tomada das ruas pela extrema direita. Cronologicamente podemos dizer que os “camisas da seleção” tomaram as ruas na esteira das manifestações de 2013 pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, dando assim fôlego às forças conservadoras, fundamentalistas e reacionárias que até aquele momento eram parcialmente contidas dentro do Parlamento pela centro esquerda e seus aliados de ocasião. Mas 2013 foi muito mais complexo e afirmar tal coisa é simplificar um evento multifacetado. A extrema direita entendeu o poder das ruas, um catalizador dos ressentimentos e queixas da sociedade e a concertação histórica das forças políticas brasileiras teve a chance de formar uma nova composição. Lembrar também que para outros, o marco da extrema direita é o fato de Aécio Neves questionar as urnas que tinham dado a vitória apertada à Dilma Rousseff. por Marilene de Paula | Editoriais
Como pensar a democracia após um governo de extrema direita? Na América Latina do início do século XXI, o Brasil foi o país que viveu de forma mais bem acabada a experiência de um governo de extrema direita, marcado pelo neoliberalismo, pelo negacionismo histórico e científico, pelo conservadorismo moral, pela manipulação de símbolos nazistas, pelo reacionarismo, por fervorosos discursos em defesa da ditadura militar e, por conseguinte, posicionamentos e ações contra os direitos humanos. por Flavia Rios
Ativismo político evangélico conservador e de direita: panorama recente Desde a Constituinte esse ativismo político possui uma bancada evangélica e buscou a entrada maciça de grupos pentecostais dentro do Parlamento. Embora clivado de divisões internas, hoje ele dispõe de formidável suporte institucional, capilaridade social, recursos materiais e humanos, meios de comunicação de massa, redes sociais vastas e até de partidos políticos próprios. Mas quais são os principais marcos dessa trajetória e como podemos analisá-los? por Ricardo Mariano
Religião e política: breves reflexões e proposições a partir de um olhar sobre os evangélicos No campo dos estudos sobre os evangélicos Nina Rosa aponta alguns desafios para os pesquisadores: há um levante antifeminista composto por evangélicas, mas também católicas, autodeclaradas genericamente cristãs ou sem uma identidade religiosa explícita, portanto estudar as mulheres desse seguimento é fundamental. Outro ponto é a heterogeneidade evangélica, que não deve ser desconsiderada. E lembrar que a participação dos evangélicos na política é um fenômeno próprio às relações democráticas; a religião não é estrangeira a vida, e sim constitutiva dela. por Nina Rosas