Democracia

Em 31 de março de 1964, um Golpe de Estado promovido por militares depôs o presidente eleito João Goulart, dando início aos anos da ditadura militar no Brasil, que durou 21 anos. Ao longo dos anos subsequentes houve um processo de apagamento da memória ligada às atrocidades do regime militar. A retomada do discurso pró-ditadura militar em anos recentes demonstra o quão importante é a busca pela justiça e a verdade.

A pesar de alguns avanços nos direitos e na visibilidade da população trans, como a eleição de duas deputadas trans ao Congresso Nacional ou a recente equiparação da LGBTQ+Fobia ao crime de racismo, o Brasil segue sendo um lugar onde a transfobia é uma realidade diária e cruel. Uma das principais consequências dessa discriminação e violência são os dados apresentados pela ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) de que 90% das travestis e demais pessoas trans admitem que são obrigadas a realizar a venda de serviços sexuais e morar na rua, onde estão particularmente expostas a diferentes formas de violências.

Iremos às urnas em 2024. Teremos as esperanças renovadas ou veremos nos resultados mais do mesmo? Mesmo em tempos difíceis, a esperança deve ser seu guia. Senão é tudo cinza e amargo. Dito isso, vamos ver o que nos anima, refletir sobre os tropeços da política e construir estratégias e discursos que possam tocar as pessoas nos seus interesses imediatos e futuros, porque como diz o rapper Emicida, é tudo pra ontem.

Este novo ano 2024 começou com a lembrança amarga da invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Ao mesmo tempo, o governo, parlamentares e os ministros do STF mostraram articulação e ação rápida para coibir a tentativa golpista. Nesse um ano do ocorrido, o regime democrático segue seu curso. Para quem trabalha pró-direitos e democracia, como a Fundação e seus parceiros, são boas notícias. Mas os atos de cunho golpista mostraram a radicalização de uma parte da sociedade brasileira, que segue polarizada. A reconstrução das bases de diálogo com a sociedade, o rechaço e construção de estratégias para coibir a desinformação e discursos de ódio ainda tomam parte das forças das organizações pró-democracia no país. E seguimos esperando que os financiadores e promotores daqueles atos sejam punidos.

Até dia 8 de março, está aberto nosso processo de seleção para um(a)  assessor(a) para eventos internacionais. Se você mora no Rio de Janeiro, tem pelo menos a graduação em cursos como relações internacionais, ciências políticas, comunicação, sociologia e interesses em temas ligados ao G20 e COP, esta vaga pode ser para você. Caso não seja o seu caso, mas conhece alguém ótimo para esta oportunidade , nos ajude a divulgar.