Mulheres na política

Editorial

O espaço da política, principalmente de tomada de decisão, precisa ser ocupado cada vez mais por mulheres. Os movimentos de mulheres, feministas, artistas e lideranças políticas há muito repetem essa afirmação como uma resposta a um Congresso majoritariamente ocupado por homens (em sua maioria de meia-idade, heterossexuais e brancos). Mas o que a sociedade ganharia com um Congresso mais igualitário e inclusivo? A maior representatividade de minorias nas casas legislativas pode garantir políticas mais efetivas para esses grupos, o que seria um ganho para toda a sociedade. 


Vivemos um momento de vigor do feminismo, por isso não é surpresa os discursos de ódio nos últimos anos que tentam abafar as vozes das mulheres. Também não surpreende setores da sociedade insistirem que a falta de mulheres na política é uma questão de vocação e usarem a política de cota para mulheres nos partidos para fins ilícitos. Definitivamente há ainda um longo caminho, mas alguns avanços aconteceram: O Brasil instituiu o crime de feminicídio como lei em 2015 e a Lei Maria da Penha completou 12 anos. Mais mulheres vem a público denunciar seus agressores, o que prova que anos de atuação de movimentos sociais, ONGs, Estado, grupos de apoio, a sororidade entre as mulheres, estão fazendo efeito. 


Durante o mês de março a Fundação Heinrich Böll lançará uma série de artigos, vídeos e infográficos enfocando processos políticos no Brasil e em alguns países nos quais a Fundação atua, que tratam de como as mulheres têm respondido aos desafios da política. O dossiê propõe uma reflexão sobre caminhos possíveis para que possamos ver mais mulheres na política e engajadas com a defesa de direitos. Boa leitura! 

 

Foto: Dia Internacional de Luta das Mulheres #8M - 08/03/2018 - Brasília (DF) - Mídia Ninja CC BY-NC-SA 2.0

 

Participação política das mulheres brasileiras

Depois das eleições

As mulheres são 52% da população, 52,5% do eleitorado e quase metade das filiadas a partidos políticos, mas são menos de 15% dos representantes, o que nos coloca em 157º lugar no ranking da Inter-Parliamentary Union, composto por 196 países.
As riquíssimas plataformas e demandas dos movimentos negros, feministas e LGBTs foram completamente negligenciadas. Portanto, trata-se de momento fundamental para nossa articulação e atuação.
CFEMEA

Eleições 2018: um novo golpe contra as mulheres

A sub-representação das mulheres se aprofundou, o que torna o Brasil um caso alarmante quando comparado com o resto do mundo: as mulheres são 52% da população, 52,5% do eleitorado e quase metade das filiadas a partidos políticos, mas são menos de 15% dos representantes, o que nos coloca em 157º lugar no ranking da Inter-Parliamentary Union, composto por 196 países. Foto: Mídia Ninja / CC BY-NC-SA 2.0

Pense no seu voto! Eleições 2018 - Julia Rensi - Fundação Heinrich Böll Brasil

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Julia Rensi conversa sobre o Mapa das Mina. Com outras ativistas a estudante da UERJ fundou esta plataforma para alavancar as candidaturas das mulheres no estado do Rio de Janeiro.

A partir do momento que tivermos mulheres, pessoas LGBTs e negros no espaço de poder iremos conseguir nos ver representados na política.

Mapa das Mina: Balanço pós-eleições - Fundação Heinrich Böll Brasil

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A plataforma Mapa das Mina foi criada com o objetivo de romper as barreiras da representação feminina na política. A ferramenta reúne candidatas, de todo o estado do Rio, engajadas com os direitos das mulheres, informando sobre suas propostas e financiamentos coletivos. Conversamos com a Julia Rensi, co-fundadora do Mapa, para um balanço da presença feminina na política no cenário pós-eleições.

Mulher vota em mulher?

No podcast "Maria, vai com as outras" da Revista Piauí a apresentadora Bianca Vianna analisa a situação de mulheres no mercado de trabalho brasileiro. Neste episódio, Vianna conversa com as vereadoras Talíria Petrone e Patrícia Bezerra, e a senadora Kátia Abreu  sobre a presença feminina na política e respondem à pergunta: mulher vota em mulher?

Marielle, presente!

14/02/2019 Hoje faz um ano que Marielle Franco, vereadora, negra, mulher, lésbica e defensora de direitos humanos foi assassinada no Rio de Janeiro, junto com seu motorista Anderson Gomes. Marielle Franco representava mais de 46 mil eleitores, a luta antirracista, a causa da igualdade de gênero e a busca por direitos das populações das áreas periféricas da cidade, regiões que historicamente sofrem com o descaso do Estado, violência policial, de grupos armados e milícias. A Fundação Heinrich Böll trabalha pelo fortalecimento da democracia e pela garantia de direitos, temas pelos quais Marielle se empenhava diariamente. Hoje nossa equipe no Brasil e em nossa sede na Alemanha reforça o pedido de justiça para o caso, que além de uma tragédia para familiares e amigos, foi um atentado aos valores da democracia. Reafirmamos também nosso apoio para todas e todos defensores de direitos humanos que dedicam suas vidas por uma sociedade mais justa. 
#justiçaparaMarielleeAnderson #Mariellepresente #Andersonpresente

Foto: Mídia Ninja / CC BY-NC-SA 2.0

Marielle Franco Foto: Mídia Ninja / CC BY-NC-SA 2.0

Marielle, presente - PRETA JÔ - Preta Jô

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A poetisa Jordana Tostes recita um poema autoral no Protesto 'Marielle, presente', inspirado no caso de Marielle Franco – vereadora representante de mulheres, negras, periféricas, e defensora dos Direitos Humanos. Assassinada no dia 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.

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Panorama internacional: mulheres na política

Editoria geral: Annette von SchönfeldMarilene de Paula, Manoela ViannaGabriela PingarilhoMoana Skambraks

Redação: Gabriela Pingarilho, Manoela Vianna, Moana Skambraks

Webdesign: Moana Skambraks

Identidade Visual: Gabriela Pingarilho

Pesquisa: Gabriela Pingarilho, Moana Skambraks

Tradução: Grupo Primacy

Videos: Instituto Raízes em Movimento (produção e organização), Berro (edição), Moby Estúdio (arte e motion design)